
Os alunos vibram com as decolagem bem sucedidas.
(Reprodução: TV Globo)
Alunos de escolas públicas do Recife estão produzindo foguetes sustentáveis de material reciclável para
participar de um concurso nacional de lançamento de projéteis. Os
artefatos são elaborados nas aulas de astronomia e astronáutica e
começaram a ser testados nesta semana. Os meninos analisam cada
lançamento para ver o que pode ser corrigido e vibram com as tentativas
bem sucedidas. Algumas chegam a até 200 metros de distância.
Os testes chamam a atenção de todos na área externa de um colégio da Zona Oeste da capital de Pernambuco. “Tem uma emoção ver tudo aquilo que a gente aprendeu no laboratório
funcionando do jeito que a gente estava tentando fazer”, diz o aluno
Thiago Albuquerque, de 17 anos. Montados com garrafas PET, papel e
plástico, os foguetes vão ao ar de várias maneiras diferentes. Caixas de
papelão e até bombas de ar servem de base para o lançamento. Mas o
grande segredo está mesmo nas reações químicas responsáveis pela
explosão.
Segundo os estudantes de cursos técnicos que participam das aulas,
basta vinagre e bicarbonato de sódio para produzir gás, fazer a pressão
subir e o foguete voar. Parece uma missão difícil, mas os jovens têm
todos os conceitos na ponta da língua. “É bastante simples. Primeiro vai
essa garrafa com bicarbonato de sódio diluído em água. Abrimos a
válvula e o bicarbonato entra em contato com o vinagre, produzindo a
reação. Nós fechamos a válvula para não retornar a pressão e toda ela
vai pela válvula que nós vamos abrir para o foguete. Quando chega em 70
libras, que é a medida de pressão, nós lançamos o foguete para ver até
onde ele consegue chegar”, explica Christian Araújo, de apenas 15 anos.
Na prática, eles também se mostram bem preparados. Quando um lançamento
não acontece como esperado, logo apontam as possíveis causas da falha e
o que pode ser feito para repará-las. Peterson Steffen, de 15 anos, por
exemplo, acompanhou um foguete que não alcançou a altura desejada e
acabou tomando o rumo errado. “A reação foi muito boa e a base estava
bem montada, gerou boa parte da pressão que a gente queria. A gente
queria que chegasse a 65, 70, e chegou a 40. Só que começou a vazar um
pouco de pressão, talvez porque a gente colocou uma fita errada ou algo
do tipo. Mas o lançamento foi bom. Agora é reparar pra ver a vedação,
não vazar, e tentar de novo”, avalia.
A professora Goretti Cabral concorda com Peterson e reforça que os
erros também são fruto de aprendizado e podem ser corrigidos para a
competição. Ela até tomou um banho de bicarbonato ao provocar um
lançamento que deu errado. “A gente erra um monte para acertar duas ou
três vezes. Tudo é aprendizado e ainda serve para mostrar pra eles o
quanto é necessário ter cautela e seguir regras de proteção”, argumenta.
O professor Guilherme Pereira também acompanha tudo de perto e diz que a
nova atividade curricular tem melhorado o desempenho escolar dos
meninos. “Sair da sala de aula e fazer um experimento simples como este,
que é lançar um foguete com um projeto feito por ele mesmo, anima o
estudante e ele aprende muito melhor as demais matérias”, acredita
Pereira.
Fonte: g1.globo.com
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