sexta-feira, 15 de maio de 2015

Foguetes criados com material reciclável por alunos de escolas públicas do Recife atingem até 200 metros de distância



 
Os alunos vibram com as decolagem bem sucedidas. 
(Reprodução: TV Globo)

Alunos de escolas públicas do Recife estão produzindo foguetes sustentáveis de material reciclável para participar de um concurso nacional de lançamento de projéteis. Os artefatos são elaborados nas aulas de astronomia e astronáutica e começaram a ser testados nesta semana. Os meninos analisam cada lançamento para ver o que pode ser corrigido e vibram com as tentativas bem sucedidas. Algumas chegam a até 200 metros de distância.

Os testes chamam a atenção de todos na área externa de um colégio da Zona Oeste da capital de Pernambuco. “Tem uma emoção ver tudo aquilo que a gente aprendeu no laboratório funcionando do jeito que a gente estava tentando fazer”, diz o aluno Thiago Albuquerque, de 17 anos. Montados com garrafas PET, papel e plástico, os foguetes vão ao ar de várias maneiras diferentes. Caixas de papelão e até bombas de ar servem de base para o lançamento. Mas o grande segredo está mesmo nas reações químicas responsáveis pela explosão.

Segundo os estudantes de cursos técnicos que participam das aulas, basta vinagre e bicarbonato de sódio para produzir gás, fazer a pressão subir e o foguete voar. Parece uma missão difícil, mas os jovens têm todos os conceitos na ponta da língua. “É bastante simples. Primeiro vai essa garrafa com bicarbonato de sódio diluído em água. Abrimos a válvula e o bicarbonato entra em contato com o vinagre, produzindo a reação. Nós fechamos a válvula para não retornar a pressão e toda ela vai pela válvula que nós vamos abrir para o foguete. Quando chega em 70 libras, que é a medida de pressão, nós lançamos o foguete para ver até onde ele consegue chegar”, explica Christian Araújo, de apenas 15 anos.

Na prática, eles também se mostram bem preparados. Quando um lançamento não acontece como esperado, logo apontam as possíveis causas da falha e o que pode ser feito para repará-las. Peterson Steffen, de 15 anos, por exemplo, acompanhou um foguete que não alcançou a altura desejada e acabou tomando o rumo errado. “A reação foi muito boa e a base estava bem montada, gerou boa parte da pressão que a gente queria. A gente queria que chegasse a 65, 70, e chegou a 40. Só que começou a vazar um pouco de pressão, talvez porque a gente colocou uma fita errada ou algo do tipo. Mas o lançamento foi bom. Agora é reparar pra ver a vedação, não vazar, e tentar de novo”, avalia.

A professora Goretti Cabral concorda com Peterson e reforça que os erros também são fruto de aprendizado e podem ser corrigidos para a competição. Ela até tomou um banho de bicarbonato ao provocar um lançamento que deu errado. “A gente erra um monte para acertar duas ou três vezes. Tudo é aprendizado e ainda serve para mostrar pra eles o quanto é necessário ter cautela e seguir regras de proteção”, argumenta. O professor Guilherme Pereira também acompanha tudo de perto e diz que a nova atividade curricular tem melhorado o desempenho escolar dos meninos. “Sair da sala de aula e fazer um experimento simples como este, que é lançar um foguete com um projeto feito por ele mesmo, anima o estudante e ele aprende muito melhor as demais matérias”, acredita Pereira.

Fonte: g1.globo.com

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