terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Marqueteiro do PT se entrega à Polícia Federal e segue para Curitiba/PR



 
João Santana aumentou o seu patrimônio de R$ 1 milhão para R$ 78,6 milhões entre 2004 e 2014. (Reprodução: Internet)

O marqueteiro do PT nas últimas três eleições presidenciais João Santana desembarcou nesta terça-feira (23/2), no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 9h25 do voo vindo de Punta Cana, na República Dominicana. Segundo a Polícia Federal, o publicitário baiano aguardou na delegacia do aeroporto a chegada da aeronave da própria PF que levou ele e a mulher para Curitiba. O advogado de Santana, Fábio Toufic, também estava no voo.

João Santana é o alvo central das investigações da 23ª fase da Operação Lava Jato, denominada Acarajé, gíria utilizada por alguns operadores para se referirem a dinheiro vivo. O baiano, que fez fortuna com o marketing político, aumentando o patrimônio de R$ 1 milhão para R$ 78,6 milhões entre 2004 e 2014, teve a prisão temporária decretada nessa segunda-feira (22/2) para explicar o suposto recebimento de pelo menos US$ 7,5 milhões no exterior. Com livre trânsito no Planalto, era um dos principais conselheiros da petista durante as maiores turbulências, participava de decisões estratégicas do governo e escrevia discursos. Em sua defesa, Santana vai dizer que os valores recebidos fora do país não são referentes a campanhas políticas realizadas no Brasil e que o país vive um clima de “perseguição política”.

Na operação, que mobilizou 300 policiais nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, foram presos o lobista polonês Zwi Skornicki, responsável pela intermediação de contratos que somam R$ 6 bilhões na petroleira; o administrador de empresas Vinícius Veiga Borin, ligado a offshores controladas pela Odebrecht; Maria Lúcia Guimarães, funcionária da empreiteira; e Marcelo Rodrigues, executivo da estatal. Além de Santana e a mulher, até o fechamento desta edição, não tinham sido cumpridos os mandados de prisão contra o diretor-presidente da Odebrecht, Benedicto Barbosa, e Fernando Migliaccio, funcionário da empresa.

Os investigadores avaliaram que as cifras recebidas na Suíça por Santana podem ser bem maiores. A Polícia Federal investiga o destino de US$ 7,5 milhões. A maior parte dos recursos — 60% — teria sido remetida, em 2013 e 2014, ao exterior pelo lobista Zwi Skornicki, utilizando a empresa Shellbill Finance S.A. A Lava-Jato já sabe que pelo menos US$ 3 milhões, depositados entre abril de 2012 e março de 2013, foram repassados para um conta de Santana a partir de uma articulação de offshores controladas pela construtora Norberto Odebrecht. Na Inovation, a Odebrecht teria repassado US$ 500 mil. A outra parte, no valor de US$ 2,5 milhões, foi encaminhada a Klienfield. As duas offshores transferiram os valores para a Shellbill Finance S.A., que teria repassado a contas de Santana.

Fonte: www.diariodepernambuco.com.br

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