quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Bombeiros localizam cabine de avião de Eduardo e restos mortais de todos os acidentados



 
Durante a madrugada a escavação foi feita com uso de pequenas pás, para não danificar ainda mais os restos mortais das vítimas. (Reprodução: Internet)

Os 39 bombeiros que passaram a madrugada desta quinta-feira, 14, no local do acidente que matou o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e outras seis pessoas no Boqueirão, em Santos, chegaram a fazer escavações manuais para tentar localizar restos mortais das vítimas. Sob chuva forte, frio de 11°C e com pequenas lanternas em mãos, os bombeiros conseguiram entrar por volta das 5 horas na cratera onde estava a cabine e quatro poltronas da aeronave. Ali estavam os maiores pedaços de corpos das vítimas e a carteira pertencente ao candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos. "O trabalho inicial já foi encerrado", disse o perito Antonio Nogueira do Instituto de Criminalística, em rápida entrevista a jornalistas no local do acidente, em um bairro central da cidade da Baixada Santista. 

De acordo com o perito, os agentes que estão no local farão ainda uma última varredura, mas disse acreditar que o trabalho deverá se concentrar, a partir de agora, na identificação das vítimas e das peças e na análise dos dados das caixas-pretas que podem apontar as causas da queda do avião Cessna 560XL, prefixo PR-AFA. "Vamos trabalhar em conjunto com a Polícia Federal e a Aeronáutica", afirmou o perito, a respeito do trabalho do Instituto de Criminalística no caso.

Nesta manhã, após mais de 20 horas de trabalho, alguns bombeiros chegaram a ficar emocionados com a proximidade do final dos trabalhos. Na equipe de resgate, até os profissionais mais experientes, que já participaram de buscas após tragédias como a explosão do Osasco Plaza Shopping, em 1996 ou no acidente da estação Pinheiros do Metrô, em 2006, contaram que o trabalho de resgate feito na madrugada em Santos foi o mais difícil já feito.

"Muitas vezes, durante a madrugada, paramos de usar a retroescavadeira quando achávamos algum pedaço da aeronave onde poderia estar algum corpo. Por isso a gente fazia a escavação com pazinhas mesmo, para não fragmentar ainda mais esses restos mortais", relatou Cassio Roberto Armani, comandante dos Bombeiros do interior paulista. "O mais difícil era o cheiro insuportável de querosene e sangue coagulado, a falta de luz. Nunca passei por um trabalho tão exaustivo em mais de 30 anos", acrescentou o comandante. 

O capitão do Corpo de Bombeiros, Marco Etalum, relatou que havia a esperança de que houvessem partes identificáveis de corpo humano. Armani explicou que nenhum corpo foi encontrado intacto. Além das partes de vítimas que estavam na cabine, os bombeiros localizaram restos mortais nos telhados das casas próximas do acidente e dentro do canal 3, ao lado da Avenida Washington Luis a 100 metros do local do acidente. A carteira com os documentos do ex-governador de Pernambuco foi localizada por volta das 5h10.

Por volta da 1h o dentista de Eduardo Campos deixou o IML. Ele trouxe um molde da arcada dentária do ex-governador de Pernambuco. Uma equipe da Polícia Federal com quatro peritos chegou por volta das 7h40 ao Instituto Médico Legal Central, na capital, para ajudar na análise dos corpos das vítimas do acidente. Até as 8 horas, ele não havia retornado. A identificação dos corpos está sendo realizada na capital paulista pois, segundo Nogueira, lá existe um laboratório de análise por DNA. "Nesse tipo de identificação é preciso exame de DNA", afirmou. Ele disse ainda que uma ambulância com mais vestígios das vítimas saiu do local do acidente em Santos para São Paulo durante a madrugada desta quinta-feira.

De acordo com Nogueira, não há prazo para que os órgãos cheguem a respostas sobre a queda do avião que transportava Eduardo. "O (acidente) da TAM demorou mais de 20 meses", disse, ao lembrar da investigação sobre as causas do acidente com uma aeronave da companhia aérea brasileira no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em 2007. Segundo o perito, peças terão de ser enviadas ao exterior para análise dos fabricantes.

Fonte: jconline.ne10.uol.com.br

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