quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Igreja de Casa Forte lota para missa em memória de Eduardo Campos



Renata Campos com os cinco filhos e a sogra, Ana Arraes (Foto: Luna Markman / G1) 
Renata Campos com os cinco filhos e a sogra, Ana Arraes, na missa de sétimo dia em memória de Eduardo Campos (Foto: Luna Markman / G1)


A missa de sétimo dia do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, realizada nesta terça-feira (19), reuniu parentes, políticos e admiradores do político dentro e fora da Igreja de Casa Forte, na Zona Norte do Recife. Campos e mais seis pessoas morreram em um acidente aéreo em Santos (SP), na última quarta-feira (13).

A viúva Renata Campos e os cinco filhos entraram na igreja pouco antes das 20h, todos vestidos de branco, e sentaram na primeira fila. A mãe de Eduardo, Ana Arraes, dividiu o mesmo espaço, ocupado também pela viúva de Miguel Arraes, Magdalena.

O lado oposto foi reservado para autoridades e políticos, entre eles, o governador do Estado, João Lyra; o prefeito do Recife, Geraldo Julio; e os integrantes da Frente Popular de Pernambuco que disputam a eleição estadual -- Paulo Câmara, Raul Henry e Fernando Bezerra Coelho, candidatos ao governo, vice e Senado, respectivamente.

O deputado federal do PSB-RS Beto Albuquerque chegou poucos minutos atrasado à celebração. Ele estava em reunião sede do PSB, no Recife, onde confirmou que será indicado pelo PSB para compor a chapa encabeçada pela ex-senadora Marina Silva, dentro da coligação Unidos pelo Brasil.

Renata e os filhos estiveram serenos durante a missa, celebrada pelo acerbispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, e co-celebrada por cerca de 20 padres. Em vários momentos, a viúva amamentou o bebê Miguel, 7 meses.

O filho João iniciou o evento religioso afirmando que estavam ali para celebrar a vida de "painho" e das outras vítimas. A igreja estava estava com todos os 400 lugares ocupados, além das pessoas que estavam em pé. Um telão do lado de fora transmitia a missa para um grande número de pessoas que estavam na Praça de Casa Forte.

O pároco do bairro, padre José Edvaldo Gomes, aproveitou o momento para pedir que "aqueles que não fossem bons políticos desistissem da eleição" e que a população honrasse o nome de Eduardo Campos "tirando os ficha-sujas da disputa".

A filha Maria Eduarda também falou durante a missa, pedindo que o "povo pernambucano, que painho tanto amava, não desista das ideias e sonhos dele".

João encerrou a missa lendo um texto que estava no encarte do roteiro da missa: "Pai, temos certeza que estarás sempre olhando por nós e teu povo. Seguiremos na tua luta e seremos sementes da tua esperança. Nos regastes com amor e fortificastes com a tua coragem. A saudade é enorme, mas sentimos tua presença em cada momento vivido e em cada sonho realizado. Vai em paz, o céu ganhou mais do que um presidente", falou em nome dos filhos. Ao término da celebração, Renata recebeu condolências dos presentes à missa. Ela só deixou a igreja depois de falar com a última pessoa que estava no local e saiu sem conversar com a imprensa.

Igreja cheia para missa de sétimo dia do ex-governador Eduardo Campos (Foto: Luna Markman / G1) 
Igreja cheia para missa de sétimo dia do ex-governador Eduardo Campos 
(Foto: Luna Markman / G1)

O acidente com o jato particular também vitimou o fotógrafo Alexandre Severo e Silva e o cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra, cuja missa de sétimo dia conjuta foi realizada uma hora mais cedo, na Igreja Matriz do Espinheiro, no Recife. Também foi celebrado nesta terça um culto em homenagem ao assessor de imprensa Carlos Augusto Leal Filho, conhecido como Percol.

Pela manhã, a direção do PSB, partido que Campos presidia nacionalmente, fez uma celebração na Catedral de Brasília, na capital federal. A provável candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, esteve presente. O nome dela deve ser oficializado nesta quarta (20).

Investigação do acidente
 
O acidente que matou Eduardo Campos e mais seis pessoas aconteceu na quarta-feira (13). O jato particular que levava o candidato e seus assessores do Rio de Janeiro para cumprir agenda em Santos (SP) caiu sobre um bairro residencial. Além de Campos, Percol, Lyra e Severo, também morreram o assessor Pedrinho Valadares e os pilotos Marcos Martins e Geraldo da Cunha.

A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Federal investigam as causas da queda do jato particular. Chovia no momento da queda e, nesta terça (19, a FAB informou que a aeronave estava com o trem de pouso e os flaps recolhidos. O trem de pouso é composto por equipamentos e pneus para permitir a aterrisagem de aeronaves e os flaps são instrumentos na asa que reduzem a velocidade de aviões.

Reportagem publicada no jornal "Folha de S.Paulo" revela que a Cessna, fabricante do jato Citation 560 XL, o mesmo modelo em que Campos viajava, alertou para o risco de a aeronave mergulhar abruptamente durante procedimento feito em subidas e arremetidas. O procedimento apontado pela fabricante é o recolhimento dos flaps.

De acordo com a FAB, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela apuração do acidente, precisa saber em que momento o procedimento de recolher os flaps e o trem de pouso ocorreu e qual era a velocidade da aeronave, pois, segundo o manual do jato, é informado que o recolhimento dos flaps só pode ocorrer em velocidade inferior a 370 km/h.

Fonte: g1.globo.com

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