Soldados do Batalhão de Choque e da PM chegam para reforçar segurança no Complexo do Curado (Foto: Gabriela Lisboa / TV Globo)
A assessoria da Polícia Militar confirmou, na tarde desta segunda-feira
(19), a morte de um sargento que trabalhava no Batalhão de Guarda do
Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, na Zona Oeste do Recife. Carlos Silveira do Carmo, 44 anos, 24 deles dentro da PM, ainda chegou a
ser socorrido para o Hospital Otávio de Freitas, mas não resistiu à
gravidade dos ferimentos. Os soldados do Batalhão de Choque entraram no
presídio no meio da tarde.
Em nota, a corporação informou que ele "foi atingido por um projétil de
arma de fogo, durante inspeção na guarita central que liga as três
unidades daquele complexo prisional, onde ocorreu um tumulto
generalizado em duas unidades, durante o dia de hoje". Foi decretado
luto oficial na PM-PE por três dias.
Também através de nota, a chefia da Polícia Civil de Pernambuco
informou que designou o delegado João Paulo Andrade, da 4ª Delegacia de
Homicídio, para apurar a morte do sargento.
Policial sobrevoa, de helicóptero, o Complexo do Curado, no Recife
(Foto: Reprodução / TV Globo)
Barulho de tiros e bombas
No início desta tarde, a reportagem do NETV registrou uma confusão em um dos pavilhões do complexo prisional. A equipe ouviu ruído de tiros e bombas e observou pelo menos treze presos feridos sendo socorridos por outros reeducandos. No mesmo local aconteceu, pela manhã, uma manifestação pacífica por mais celeridade no julgamento dos processos judiciais.
O Corpo de Bombeiros, que mantém seis ambulâncias no local, atendeu
pelo menos quatro detentos, até as 17h, e os encaminhou para o Hospital
da Restauração. Motos-resgate e carros para combate a incêndio também
estão do lado de fora do presídio. De manhã, não houve chamas a serem
combatidas.
Presos reclamam sobre a demora no julgamento dos processos
(Foto: Reprodução/ TV Globo)
No ato realizado de manhã, alguns detentos subiram no teto dos
pavilhões segurando cartazes com as frases: "Queremos a presença do TJPE
[Tribunal de Justiça de Pernambuco", "Queremos [o promotor das
Execuções Penais do Ministério Público] Marcelo Ugiette", "Fora [juiz da
Vara de Execuções Penais do Recife do Tribunal de Justiça de
Pernambuco] Luiz Rocha", "Preso [no] estado de Pernambuco passa 5 a 6
anos 'pra' ser julgado" e "Nossos direitos".
Um agente penitenciário que não quis se identificar contou à reportagem que a reivindicação também diz respeito à superlotação dos presídios. De acordo com o agente, os presos fazem o movimento com faixas e cartazes, nos pavilhões, além de não se alimentarem com as refeições fornecidas nos presídios.
Um agente penitenciário que não quis se identificar contou à reportagem que a reivindicação também diz respeito à superlotação dos presídios. De acordo com o agente, os presos fazem o movimento com faixas e cartazes, nos pavilhões, além de não se alimentarem com as refeições fornecidas nos presídios.
Presos também pediam a presença do TJPE e do promotor Marcelo Ugiette
(Foto: Reprodução/ TV Globo)
No entanto, no início da tarde, a equipe registrou confusão em um dos
pavilhões, com barulho de tiro e bombas, além da existência de focos de
chamas. Por volta das 15h, um helicóptero da Secretaria de Defesa Social
sobrevoou a área e teria efetuado alguns disparos. Os presos, então,
começaram a sinalizar o fim da manifestação, exibindo lençóis brancos.
A confusão ocorre no mesmo pavilhão onde, no início do mês, um cinegrafista da TV Globo captou imagens de presos utilizando facões e celulares dentro do complexo prisional. Um vídeo mostrando a realização de festas e fabricação de cachaça artesanal na unidade também foi divulgado. Após as denúncias, o governo do estado prometeu reforçar a segurança e adotar medidas para evitar problemas no presídio.
A confusão ocorre no mesmo pavilhão onde, no início do mês, um cinegrafista da TV Globo captou imagens de presos utilizando facões e celulares dentro do complexo prisional. Um vídeo mostrando a realização de festas e fabricação de cachaça artesanal na unidade também foi divulgado. Após as denúncias, o governo do estado prometeu reforçar a segurança e adotar medidas para evitar problemas no presídio.
Em nota divulgada ainda pela manhã, a Secretaria Executiva de
Ressocialização (Seres) informou que a Polícia Militar foi acionada e
estava na área externa dos presídios, com o Batalhão de Choque. O número
de agentes penitenciários no local também foi reforçado, mas não tinha
ocorrido confusão, com o movimento até então sob controle.
Fonte: g1.globo.com
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