Essa foi a maior apreensão de armas realizada pelo Denarc desde a
sua criação, em 2008.
(Foto: Henrique Zuba / TV Globo)
Um médico e uma psicóloga pernambucanos são procurados pela polícia
suspeitos de serem donos de um arsenal com 65 armas de fogo e 20 mil
munições, apreendido na última sexta (20), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O casal já foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE)
por porte ilegal de arma de fogo em janeiro, estando desaparecido desde
então. Os detalhes da operação foram apresentados pelo delegado João
Leonardo, do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), na
manhã desta segunda (23), no Recife.
No momento da apreensão, a polícia ainda prendeu dois homens e uma
mulher. Os três acabaram então denunciando o casal. Ao checar os
antecedentes criminais, a polícia descobriu o indiciamento anterior pelo
MPPE, e o casal também passou a ser procurado pelo Denarc. "Já temos
algumas linhas de investigação. Temos esperanças de prendê-los”, garante
o delegado João Leonardo.
As investigações que culminaram na apreensão do arsenal já duravam um
mês. "Estávamos investigando o tráfico de entorpecentes no Recife e recebemos a informação de que um fornecedor de Caruaru vendia armas e
munições para uma quadrilha do Recife. Deslocamos uma equipe para
Caruaru. Realizamos buscas e, na sexta à noite, conseguimos localizar o
imóvel em que estavam as armas", conta. O imóvel fica no bairro de Nossa
Senhora da Conceição e as armas estavam escondidas no forro do teto de
um dos seus quartos.
Entre o material apreendido, estavam 31 espingardas calibre 12, dois
fuzis, uma submetralhadora e uma pistola. Boa parte dessas armas é de
uso restrito das Forças Armadas e seria vendida a assaltantes de bancos e
carros-fortes, conforme as investigações. Também foram apreendidas
dezenas de facões e munições para diversos tipos de revólveres. Nesse
caso, a polícia acredita que o material era vendido a possíveis
homicidas. Além disso, foram encontrados artefatos utilizados na
fabricação de munições, como espoletas para explosivos.
"As armas eram vendidas para quadrilhas de todo o estado. E, com essa
apreensão, esperamos que ocorra uma redução no número de homicídios e
assaltos a bancos", afirma o delegado João Leonardo. Esta é a maior
apreensão de armas realizada pelo Denarc desde a sua criação, em 2008. O
arsenal era tão grande que a polícia precisou de dois dias para retirar
todo o material do imóvel. Depois de periciadas, as armas serão
encaminhadas ao Comando de Operações e Recursos Especiais (Core) da
Polícia Civil, localizado no bairro de São José, Centro do Recife.
"Estamos pedindo ao Exército que destrua as armas", ressalta o delegado.
Os presos na última sexta vão responder por porte ilegal de arma de
fogo, munição e artefatos para fabricação de munição. A pena pode chegar
a 15 anos de reclusão. Enquanto aguardam julgamento, os dois homens
estão no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, Grande Recife. Já a
mulher está na Colônia Penal Feminina do Recife, Zona Oeste da capital.
Ainda segundo João Leonardo, a mulher e um dos suspeitos já têm
passagem pela polícia pelo mesmo crime.
Fonte: g1.globo.com
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