Sítio do agricultor Caetano, em Chã Grande.
(Foto: Monique Lupe/Divulgação)
Você sabe de onde veio o alimento que consome? Quem o produziu? Se você
fizer parte de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), com
certeza saberá responder estas perguntas. O CSA é a uma associação sem
fins lucrativos que nasceu no Japão nos anos 60 e chegou ao Brasil há
quatro anos. A ideia é tão simples quanto sustentável: um grupo de
famílias de uma cidade da Região Metropolitana se propõe a custear a
produção orgânica de uma família do interior e, em contrapartida, recebe
semanalmente os alimentos produzidos naquele sítio.
No Recife, o projeto começou a ser desenvolvido em junho de 2015.
Participam dele agricultores de Chã Grande, na Zona da Mata, e cerca de
40 famílias do Grande Recife, chamadas de coprodutoras. De acordo com o
gestor do projeto em Pernambuco, Valter França, as CSAs buscam a
valorização da agricultura orgânica, sustentável e familiar a curto,
médio e longo prazo, além de evitar a saída do homem do campo para a
cidade. "A profissão de agricultor está em extinção. A nossa geração não
sabe plantar. Com a CSA é possível observar e sentir os ritmos naturais
do campo, que segue as fases da lua, do sol, as estações", explica.
Ele ressalta a importância da relação de troca que existe entre o
agricultor e o coprodutor: enquanto um se propõe a custear uma produção,
assumindo seus riscos e benefícios, o outro sustenta esta família com
uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos. O gestor do projeto
comenta que, do investimento feito pelos coprodutores, grande parte vai
para os agricultores."Uma parcela é utilizada no frete para o transporte
da produção até a Capital, outra vai para a CSA Brasil (R$ 5), 15% vai
para a gestão e o restante é colocado no fundo de reserva, caso haja
alguma emergência".
O fotógrafo Jarbas Araújo, de 58 anos, conheceu a CSA durante uma
visita ao sítio em Chã Grande e resolveu entrar no projeto. Ele divide a
feira de 16 itens entre os quatro membros de sua família. Para ele, o
diferencial do projeto é o incentivo à agricultura familiar, apesar de
existirem alguns pontos limitadores. "Existem algumas dificuldades. Ter
que ir no sábado de manhã cedo e nem sempre a feira fica completa. A
qualidade dos produtos é ótima, mas a quantidade nem sempre é
suficiente, mas isto faz parte da agricultura orgânica", declara.
Para a executiva Lígia Falcão, de 53 anos, a base do CSA não é o
comércio, mas sim a confiança, visto que o consumidor sabe de onde vem o
alimento que está consumindo. Em sua casa, duas pessoas dividem a feira
de oito itens. "Eu já comprava orgânico na feira das Graças, mas achei a
proposta muito interessante, uma nova forma de tratar a terra. É uma
saída muito boa, sustentável. Temos a oportunidade de conhecer novas
culturas, o processo desde o cuidar da terra até a colheita, tem um lado
super educativo", declara.
E por falar em sustentabilidade, Valter relata que os agricultores,
além de seguirem as culturas anuais de frutas e hortaliças, querem
incluir na comunidade alimentos cujo plantio seja mais fácil e que
requeiram uma quantidade menor de água para ser produzido, como maxixe e
quiabo, por exemplo. "Também nos preocupamos com o fator ambiental.
Plantar alface tem um custo ambiental muito grande, por isto tentamos
substituir por um alimento com o mesmo valor nutricional, mas com um
dano ambiental menor".
Com a expansão da CSA Recife, a ideia é que, ainda em 2016, sejam
implantados depósitos também em Boa Viagem, Casa Forte e Aldeia.
SERVIÇO
CSA Recife
Valter França - 99972.3120 (Telefone e WhatsApp)
E-mail: csarecife@gmail.com
Valter França - 99972.3120 (Telefone e WhatsApp)
E-mail: csarecife@gmail.com
Site: http://www.csabrasil.org/csa/
Fonte: noticias.ne10.uol.com.br
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