Alessandro Molon (Rede-RJ) entrou com pedido de impeachment em desfavor de Michel Temer.
(Reprodução: Internet)
Dois deputados federais,
Alessandro Molon (Rede-RJ) e João Henrique Caldas (PSB-AL), entraram na noite
desta quarta-feira com um pedido de impeachment do presidente Michel Temer,
após O GLOBO revelar que o presidente foi filmado dando aval à compra do
silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Alguns parlamentares pedem
ainda a renúncia do presidente.
— O governo Temer acabou. Já
estamos com pedido de impeachment preparado. Se ele (Temer) tivesse dignidade
para renunciar, renunciaria. Não há condições de fazer eleição indireta. Temer
cometeu crime de responsabilidade. E que história é essa que não havia
condições de continuar a sessão da Câmara? Que história é essa de encerrar a
sessão para calar a oposição? É para proteger Michel Temer? Ele (Maia) estava
totalmente alterado — disse Molon.
Para João Henrique Caldas,
Temer não tem "condições mínimas para liderar o país rumo à saída da maior
crise econômica de sua história".
Já o deputado José Guimarães
(PT-CE) afirmou que Temer tem que renunciar à presidência, e que o impeachment
seria uma segunda opção.
— O primeiro passo é a
renúncia dele e a convocação de novas eleições. Se o Temer não topar, temos que
fazer o impeachment. É isso que o país espera — destacou.
A deputada Luiza Erundina
(PSOL-SP) também defendeu o impeachment:
— Esse governo é uma farsa. A
história vai cobrar esse preço. Não há outra saída senão o impeachment já. Fora
temer, eleições já — pediu.
Molon argumenta que Temer
incorreu em um dos crimes de responsabilidade elencados na lei que os define:
delito contra a probidade na administração, tendo procedido de modo
incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo. O presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terá que analisar o pedido de impeachment, para
decidir se dá prosseguimento à solicitação.
— Rodrigo Maia terá que
despachar o pedido, pois estamos diante de algo muito grave. Não acredito que
ele não dará prosseguimento ao pedido — disse Molon.
O deputado afirmou que o
segundo passo será requerer as gravações com Temer feitas por Joesley Batista e
chamar as testemunhas do caso para serem ouvidas no Parlamento. Para Molon, a
conduta está devidamente tipificada na lei de responsabilidade e, segundo as
informações noticiadas, há provas robustas para que Temer seja submetido ao
processo de cassação.
O senador Lindbergh Farias
(PT-RJ) afirmou que o Partido dos Trabalhadores se reunirá na noite desta
quarta-feira para discutir os termos de um pedido de impeachment.
— Estamos fazendo reunião
agora para discutir os termos da apresentação de pedido do impeachment do
presidente Michel Temer — explicou Lindbergh.
O senador foi repreendido pelo
presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que lembrou a Lindbergh que a
sessão plenária estava tratando, no momento, da votação da proposta de emenda
constitucional (PEC) que dispõe sobre o foro privilegiado. O senador Magno
Malta (PR-ES) pediu a palavra em seguida e provocou o petista:
— Estou achando hilário o
comunicado. Não seria o sujo falando do mal lavado? E delação agora vale?
Porque pro PT delação nunca valeu nada. Pros outros vale, pra eles não vale.
Pouco tempo depois, a sessão
plenária foi encerrada.
Fonte: oglobo.globo.com
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