domingo, 23 de janeiro de 2022

Cientistas identificam primeiro animal híbrido criado por humanos há 4.500 anos: o "kunga"

(Foto: Reprodução/Science Advances)

No início dos anos 2000, arqueólogos descobriram restos mortais de um animal no cemitério real de Umm el-Marra, localizado em Aleppo, na Síria. Eram dezenas de esqueletos semelhantes aos de cavalos. Porém, nenhum deles correspondiam às características de espécies equinas conhecidas pela ciência. 

Eles eram os “kungas”, primeiros animais híbridos criados por humanos há 4.500 anos. Esteticamente semelhantes aos cavalos, eram fruto da mistura entre burros e jumentos. A descoberta sugere que os kungas foram criados para serem mais rápidos e robustos do que os burros e mais tratáveis ​​do que os jumentos selvagens. 

Eles serviam para puxar as carruagens de guerra dos povos da Mesopotâmia, pelo menos 500 anos antes de os cavalos serem domesticados para esse fim na Rússia, segundo o estudo publicado na revista Science Advances. Por serem altamente valorizados à época, os kungas, atualmente extintos, foram representados em mosaicos e seu valor registrado em tabuletas de argila. 

Durante muito tempo acreditou-se que os kungas eram simplesmente um tipo de burro selvagem. A verdadeira natureza desses animais foi revelada após análises de genoma realizadas por uma equipe de pesquisadores sob a liderança da paleogeneticista Eva-Maria Geigl, do Instituto Jacques Monod, em Paris. 

Dado o estado precário de preservação dos 25 esqueletos encontrados no ambiente desértico, os pesquisadores usaram métodos avançados de sequenciamento de DNA. “Os ossos eram como giz”, disse Geigl. A ossada foi comparada com os genomas de outros equídeos, incluindo cavalos modernos, burros domésticos e o extinto burro selvagem sírio. Constaram, então, que os ossos não eram de uma única espécie, mas fruto da primeira geração de descendentes de duas espécies, uma jumenta doméstica e um asno selvagem sírio macho. 

Fonte: umsoplaneta.globo.com

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