terça-feira, 2 de agosto de 2022

Estudo Americano mostra que o consumo de carne vermelha na velhice, faz mal para o coração


 
Com quase 4 mil participantes acima de 65 anos, a pesquisa mostra que há um risco 22% maior para cada 1,1 porção de proteína ingerida por dia. 
(Reprodução: Internet)

Costumamos ouvir que uma dieta balanceada deve conter a ingestão de proteínas — incluindo as presentes nas carnes vermelhas. Porém, discussões e pesquisas mostram que esse nutriente pode, também, trazer malefícios à saúde. Um estudo conduzido pela Universidade de Tufts e pelo Instituto Lerner, ambos nos Estados Unidos, mostra que o consumo da carne vermelha e carne processada pode aumentar em 22% o risco de ocorrência de doenças cardiovasculares em idosos. 

Ao longo dos anos, cientistas investigaram a relação entre doenças cardíacas e gordura saturada, colesterol dietético, sódio, nitritos e até cozimento em alta temperatura, mas as evidências que apoiam muitos desses mecanismos não são robustas. O novo estudo, publicado na revista Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology, sugere que os culpados subjacentes podem incluir metabólitos criados pelas bactérias intestinais quando comemos carne. 

Com quase 4 mil participantes acima de 65 anos, a pesquisa mostra que há um risco 22% maior para cada 1,1 porção de proteína ingerida por dia — e cerca de 10% desse risco elevado é explicado pelo aumento dos níveis de três metabólitos produzidos por bactérias intestinais a partir de nutrientes abundantes nas carnes vermelha e processada: o N-óxido de trimetilamina (TMAO), a gama-butirobetaína e a crotonobetaína. A vulnerabilidade não foi constatada com o consumo de aves, ovos ou peixes, e os voluntários foram acompanhados por, em média, 12 anos e meio. 

Outros fatores, como o aumento do nível de açúcar no sangue e a ativação de inflamações no corpo a partir da carne, se mostram mais nocivos que o colesterol ou a pressão arterial. "Curiosamente, identificamos três caminhos principais que ajudam a explicar as ligações entre carne vermelha e processada e doenças cardiovasculares — metabólitos relacionados ao microbioma, níveis de glicose no sangue e inflamação geral —, e cada um deles parecia mais importante do que os caminhos relacionados ao colesterol no sangue ou a pressão arterial", analisa, em nota, o coautor sênior, Dariush Mozaffarian. 

Segundo a equipe de cientistas, esse é o primeiro estudo a investigar as interrelações entre alimentos de origem animal e o risco de doenças cardiovasculares. Na avaliação de Meng Wang, coprimeira autora do artigo e pós-doutoranda na Friedman School, ligada à Universidade de Tufts, a pesquisa responde a perguntas de longa data sobre a ligação entre a proteína e esse tipo de complicação. "As interações entre a carne vermelha, o nosso microbioma intestinal e os metabólitos bioativos que eles geram parecem ser um caminho importante para o risco, o que cria um alvo para possíveis intervenções para reduzir doenças cardíacas", avalia. 

Fonte: www.diariodepernambuco.com.br

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