quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Quarto acusado da morte de promotor de Itaíba é condenado a 19 anos de prisão



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O julgamento aconteceu no prédio da Justiça Federal em Pernambuco, na Zona Oeste do Recife. 
(Reprodução: Internet)

Após julgamento que durou três dias, José Maria Domingos Cavalcante foi condenado a 19 anos de prisão pelo homicídio doloso de Thiago Faria Soares, que era promotor de Itaíba, no Agreste de Pernambuco. O réu, no entanto, foi absolvido da acusação de tentativa de homicídio de Mysheva Martins, namorada do promotor na época do crime, e Adautivo Martins, tio dela. A sentença foi lida na noite desta quarta-feira (14), no edifício sede da Justiça Federal de Pernambuco (JFPE), no bairro do Jiquiá, na Zona Oeste do Recife. 

Como o réu já cumpriu dois anos e 11 dias, a pena ficou em 16 anos, 11 meses e 19 dias de reclusão. Cavalcante retornará ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. A defesa recorreu da decisão. 

O julgamento teve início na segunda-feira (12), quando houve o sorteio dos sete jurados e os depoimentos da vítima Mysheva Freire Ferrão Martins e das duas testemunhas convocadas pela acusação, o delegado da Polícia Federal Alexandre Alves e a tia da vítima Mysheva Freire, Cláudia Tenório.

Na terça-feira (13), foram ouvidas cinco testemunhas convocadas pela defesa e o perito criminal da Polícia Federal Carlos Eduardo Palhares Machado prestou esclarecimentos técnicos. Em seguida, o acusado foi interrogado. No último dia do júri, os membros da acusação e da defesa participaram dos debates, e houve a leitura da sentença pelo Juízo da 36ª Vara Federal. 

Outros condenados
 
Cavalcante foi o quarto envolvido no crime do promotor a ser julgado. Os outros três acusados foram a júri popular no mês de outubro. Porém, devido à ausência injustificada do advogado de Cavalcante no primeiro dia da sessão, o Juízo da 36ª Vara Federal determinou o desmembramento do julgamento para Cavalcante, que foi adiado para dezembro. Um quinto acusado se encontra foragido.

Dois dos três réus julgados em outubro por participação no assassinato do promotor foram condenados
José Maria Pedro Rosendo Barbosa, acusado de ser o mandante do crime, pegou 50 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado pelo homicídio doloso do promotor e pelas duas tentativas de homicído contra Mysheva Martins, noiva de Thiago, e Adautivo Martins, tio dela. 

José Marisvaldo Vitor da Silva, acusado de ter seguido e indicado aos executores a localização do promotor na manhã do crime, foi condenado a 40 anos e 8 meses de prisão pelos mesmos crimes. Como já cumpriram parte da pena preventivamente, José Maria Rosendo terá a cumprir ainda 49 anos e 4 meses, enquanto Marisvaldo deverá ficar 38 anos, 8 meses e um dia atrás das grades. O terceiro réu, Adeildo Ferreira dos Santos, que, segundo o inquérito seria um dos três executores do crime, foi absolvido.

Assassinato
 
O crime ocorreu em 14 de outubro de 2013. O promotor Thiago Faria Soares foi morto quando seguia de Águas Belas para Itaíba, cidade onde trabalhava, no Agreste de Pernambuco. Mysheva Freire Ferrão Martins, noiva do promotor na época, e Adautivo Martins, tio dela, também estavam no mesmo veículo, mas não foram atingidos pelos disparos.

A motivação, segundo a Polícia Federal, envolveu uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. O fazendeiro José Maria Barbosa perdeu a posse para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça Federal, e teve que deixar o imóvel.

Em entrevista exclusiva à TV Globo, na época do crime, o fazendeiro negou ter cometido o homicídio. A Polícia Civil, que iniciou as investigações, apontou que Barbosa teria contratado o cunhado, Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria. Ubirajara chegou a ser preso, mas foi liberado.

A investigação do homicídio foi transferida para a Polícia Federal em 13 de agosto de 2014, a pedido do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a investigação da morte do promotor saiu das mãos da Polícia Civil e passou a ser de responsabilidade da PF. 

Fonte: g1.globo.com/pernambuco

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