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Armazém no Cais José Estelita antes da demolição para a implantação do
Projeto Novo Recife. (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
O Consórcio Novo Recife finalizou, neste domingo (31), a demolição dos
dois armazéns no Cais José Estelita, no Centro do Recife, iniciada na segunda
(25) após um alvará emitido pela prefeitura. A última parede foi ao chão por
volta das 15h. Apresentado em 2012, o Projeto Novo Recife prevê a construção de 13 torres
de até 38 andares no local.
Depois que a demolição acabou, os operários do Consórcio Novo Recife
foram liberados e permaneceram no local os seguranças da obra. Integrantes do
Movimento Ocupe Estelita, que ocupavam a calçada ao lado do armazém, realizaram
atividades culturais no local antes de desmontar o acampamento no sábado (30),
encerrando a ocupação.
O alvará da prefeitura havia sido
suspenso por uma liminar da Justiça na terça-feira (26), mas o presidente do
Tribunal de Justiça de Pernambuco cassou a decisão na quinta-feira (28), quando
a demolição foi retomada sob protesto.
Durante a noite,
manifestantes chegaram a subir em cima das máquinas para tentar interromper a
demolição dos armazéns e a Polícia Militar enviou equipes para o local.
Segundo o funcionário público João Augusto Dias, integrante do Movimento
Ocupe Estelita, a ocupação foi encerrada para manter a segurança dos
manifestantes.
"Eles tiraram os arcos e paredes transversais e vimos a parede
balançar de um lado para o outro. Mesmo gritando que tinha gente ali, as
escavadeiras continuaram. Tivemos que sair correndo. Continuamos a luta porque
nossa campanha diz que outro cais é possível, um que não seja só para menos de
1% da população, mesmo sem ter mais a estrutura do armazém para usar",
afirma.
Após a saída dos manifestantes, o Consórcio Novo Recife reforçou os
tapumes de alumínio e colocou arame farpado em cima do muro. Na segunda-feira
(1º), está previsto o trabalho de limpeza do terreno.
De acordo com o representante do Consórcio Novo Recife Eduardo Moura, as
próximas etapas do projeto são sondagem geológica do terreno, limpeza para
tirar entulhos que invadem a área pública e finalização de estudos e projetos
executivos para dar início a requalificação do Cais.
Projeto Novo Recife
O terreno onde estão localizados os armazéns do Cais José Estelita pertencia,
originalmente, à Rede Ferroviária Federal S.A (Refesa) e foi arrematado em um
leilão realizado em 2008, pelo Consórcio Novo Recife, composto pelas empresas
Moura Dubeux, Queiroz Galvão e GL, sendo o único participante da disputa.
O leilão foi alvo da operação Lance Final, da Polícia Federal, que
apontou fraude e subfaturamento na venda do terreno.
Ao longo de sete anos, o Projeto Novo Recife provocou uma série de
manifestações, envolvendo ativistas, artistas e entidades da sociedade civil.
Do espaço total do terreno, 35% terá ocupação privada e 65% pública, segundo o
consórcio.
Busca por emprego
Apesar de não haver vagas abertas, uma fila de desempregados se formou em
frente aos armazéns do Cais José Estelita desde terça-feira (26). Inicialmente,
o consórcio responsável pela obra informou que não receberia os currículos, mas
voltou atrás e começou a cadastrar os desempregados. Ao todo, foram recebidos 3
mil currículos.
Fonte: g1.globo.com/pe/pernambuco
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